sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O Apóstolo Pedro


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A autoria da primeira epístola de Pedro não está envolta em dúvidas e questionamentos como acontece com outros escritos bíblicos. O autor começa o texto se apresentando: "Pedro, apóstolo de Jesus Cristo" (I Pd.1.1). A seu respeito, o Novo Testamento nos fornece muitas informações. Seu nome original era Simão, abreviatura de Simeão, nome hebraico que significa "famoso".
Simão foi pescador (Mt.4.18), até o dia em que,
conduzido por seu irmão André (João1.40), conheceu o Senhor Jesus, o qual lhe chamou "Pedro" (Petros), nome grego que significa "pedra", o mesmo que "Cefas" em aramaico (João 1.42). Era chamado também de "Simão Barjonas", ou seja, Simão, filho de Jonas (Mt.16.17), ou filho de João (Jo.21.15). Devido ao uso de mais de um idioma, era comum as pessoas possuírem mais de um nome. Um hebraico, outro grego; ou um em latim, outro em aramaico, ou até mesmo dois nomes numa mesma língua.
O caso de Simão é bastante peculiar. Jesus lhe deu um novo nome: Pedro. Não lhe bastaria ser "famoso". Precisava ser firme e inabalável. Afinal, firmeza era o que mais lhe faltava naqueles primeiros anos de serviço ao Mestre. Em seus momentos de debilidade, era chamado de "Simão" (Lc.22.31; Mc.14.37; João 21.15-17). Era o "velho homem" em ação, com toda a sua fraqueza natural.Quando conhecemos o Senhor Jesus, ele muda o nosso nome.
Muitos, antes de se converterem, eram chamados de "mentirosos", "enganadores", etc. Depois, passam a ser conhecidos como honestos, trabalhadores, bons cidadãos, etc. Quando o suposto convertido não vive à altura do evangelho, então fica conhecido como "crente desonesto", "crente mentiroso", etc. Tornou-se o seu "último estado pior do que o primeiro". Pedro era casado e morava em Cafarnaum, cidade situada ao noroeste do Mar da Galiléia (Mc.1.21,29,30). Jesus exerceu nessa região uma parte considerável do seu ministério. Pedro se tornou discípulo e apóstolo de Jesus (Mt.10.2). Seu ministério foi mais dedicado aos seus próprios compatriotas, os judeus. Foi considerado "apóstolo à circuncisão" (Gál. 2.8). Foi grande o seu destaque entre os apóstolos quando andavam com Jesus e também na igreja, depois da ascensão do Senhor.
Pedro pronunciou a mais célebre declaração dita por um discípulo: "Tú és o Cristo, o Filho do Deus vivo." (Mt.16.16). E também: "Para quem iremos nós, Senhor. Tu tens as palavras da vida eterna." (João 6.68). Por outro lado, cometeu grave erro ao repreender o Mestre dizendo: "Senhor, tem compaixão de ti. Isso de modo nenhum te acontecerá." (Mt.16.22). Imediatamente, ouviu a mais severa repreensão de Cristo: "Para trás de mim, Satanás!" (Mt.16.23).
Observamos que Simão Pedro saía na frente dos discípulos em qualquer situação, fosse para errar ou acertar. Com isso, conseguia grandes elogios e também repreensões. Pedro teve experiências ímpares, maravilhosas, e também fracassos vergonhosos. Vejamos alguns exemplos:

Experiências Maravilhosas

  • Andou sobre as águas (Mt.14.29)
  • Testemunhou a ressurreição da Filha de Jairo (Lc.8.51)
  • Testemunhou a transfiguração de Cristo (Mt.17.1).
  • Testemunhou a agonia de Cristo no Getsêmani (Mt.26.37)
  • Pescou um peixe que tinha uma moeda na boca (Mt.17.27).
  • Pregou no dia de Pentecostes (At.2).
  • Curou um coxo na porta do Templo (At.3).
  • Talvez enfermos tenham sido curados sob a sua sombra (At.5.15).
  • Mediante a sua palavra, morreram Ananias e Safira (At.5.1-10).
  • Curou um paralítico (At.9.34).
  • Ressuscitou Dorcas (At.9.40).

Fracassos Vergonhosos

  • Duvidou e começou a afundar (Mt.14.30).
  • Repreendeu o Senhor Jesus. (Mt.16.22).
  • Negou a Cristo três vezes (Mc.14.66-72).
  • Cortou a orelha de Malco (João 18.10-11).
  • Foi temporariamente contrário à evangelização dos gentios (At.10).
  • Apresentou duplo comportamento (Gál. 2.11-12).
Alguns episódios da vida de Cristo foram testemunhados apenas por Pedro, Tiago e João. Até a ordem em que esses nomes aparecem no texto nos mostra a preeminência de Pedro (Lc 8.51; Mt 17.1; Mt 26.37).
Durante algum tempo, sua vida foi muito contraditória. Se Pedro vivesse nos nossos dias e tivéssemos de formar uma comissão na igreja, ou uma equipe para um trabalho especial, talvez não o escolheríamos. Contudo, Jesus o escolheu. E não acontece assim também conosco? Num momento estamos "andando sobre as águas" e, "no próximo versículo" já começamos a afundar. Talvez também tenhamos muitas vezes negado a Cristo através das nossas ações e palavras.
Contudo, Jesus nos escolheu e já nos conhecia antes que pudéssemos acertar ou errar. O mais importante é o conserto. Se caímos precisamos nos levantar rapidamente, seguir adiante, e procurar evitar novas quedas. Pedro negou a Cristo três vezes. Confrontado por sua consciência e pelo olhar do Mestre, chorou amargamente, arrependido do seu fracasso (Lc.22.61-62). Passados cinqüenta dias, Pedro estava pregando a respeito da ressurreição de Cristo. Afinal, sua vocação não foi cancelada pelo pecado. No dia de Pentecostes, Pedro estava entre os que foram cheios do Espírito Santo, inaugurando assim a igreja do Senhor Jesus.
O registro dos erros de Pedro são bastante oportunos pois, além de evidenciarem a sinceridade dos escritores bíblicos, servem para derrubar a tese de uma suposta infalibilidade apregoada por alguns. Tantas falhas deveriam ter sido suficientes para que Pedro não viesse a ser idolatrado por tantas pessoas. Contudo, todos os seus erros não foram bastante. O escritor de Atos dos Apóstolos concentrou-se na pessoa e nas obras de Pedro até o capítulo 12. Afinal, foi considerado como uma das "colunas da igreja" (Gálatas 2.9).
Além de ter trabalhado em Jerusalém, atuou também na Babilônia (I Pd 5.13). Não se sabe ao certo se Pedro esteve na Babilônia que ficava às margens do Eufrates, ou se isso foi uma referência velada à cidade de Roma. Segundo Orígenes, Pedro foi morto sob as ordens do Imperador Nero depois do incêndio em Roma. Sabendo que seria crucificado, Pedro pediu que o fosse de cabeça para baixo, pois não se julgava digno de morrer na mesma posição que o Mestre. A data de sua morte estaria situada entre os anos 64 e 68 d.C.


fonte:INV

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